Em reportagem divulgada no Programa Fantástico (TV Globo), deste domingo 10/03, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) coletou amostras de fios, cabos e cordões elétricos de 32 marcas diferentes em cinco estados e identificou irregularidade em 14 dessas marcas.
Aumento de incêndios por sobrecarga elétrica
Nos últimos anos, os incidentes de incêndios causados por sobrecarga de energia têm sido motivo de alerta constante na Abracopel. Em parceria com o Sindicel e Qualifio, monitoraram de perto a preocupante situação do mercado nacional de fios e cabos elétricos, cujas consequências são evidenciadas sempre que os dados sobre incêndios no país são divulgados. Constataram que, na grande maioria dos casos, a má qualidade dos fios é a origem desses incêndios, reiterando o comunicado à imprensa, à sociedade e às autoridades sobre essa preocupação.
Conforme mencionado anteriormente, o número de incêndios causados por sobrecarga elétrica cresceu 61% entre 2018 e o ano passado e além disso, O número de óbitos também apresentou crescimento, passando de 61 em 2018 para 67 no ano passado, constituindo o segundo maior índice desde o início do registro dos acidentes em 2013.
A Região Sul, mais uma vez, destaca-se negativamente nesses dados. Vejamos a comparação entre o 1º semestre de 2022 e 2023:
As residências continuam a representar quase 50% do total de ocorrências de incêndios por sobrecarga de energia, sendo ainda mais preocupante o fato de serem responsáveis por mais de 80% das mortes relacionadas a esses incidentes. No primeiro semestre de 2023, foram registrados 210 incêndios em residências, resultando em 29 mortes. O segundo local com maior incidência de incêndios são os comércios, totalizando 91 ocorrências, felizmente sem nenhuma morte. Um aumento que chamou nossa atenção foi nas escolas, que apresentaram 15 ocorrências em 2022 e, em 2023, esse número subiu para 26, sem nenhuma fatalidade.
Para essa análise, foram feitos dois testes:
- No primeiro, o fio é colocado no aparelho chamado micromímetro. Ele mede a resistência elétrica em cinco momentos e a partir disso, é calculada uma média, que precisa estar dentro do padrão definido pela norma técnica brasileira.
- No segundo teste, ocorreu a medição da quantidade de cobre no fio. Pela norma técnica, os cabos e fios devem ter mais de 99% de cobre, que é um condutor mais eficiente. Mas nos últimos anos, começaram a aparecer no mercado fios mais baratos, que têm cobre misturado com alumínio.
E das 32 marcas analisadas 14 amostras tiveram alguma irregularidade nos testes e estão fora dos critérios de segurança, previstos na legislação brasileira.
A marca Kotar Cable passou nos testes técnicos, mas foi considerada irregular porque não possui todas as informações exigidas na embalagem.
Os fabricantes foram notificados e as empresas tiveram prazo de cinco dias para responder. A marca Conduprime disse ao Inmetro que vai recolher os produtos irregulares das lojas e fará treinamento para se adequar a norma técnica. Os fabricantes das outras marcas não responderam ao Inmetro.
“O Inmetro aumentou a fiscalização em todas as regiões e as empresas multadas serão autuadas e a multa poderá chegar a R$ 5 milhões”, informou o instituto.
Crédito:
g1.globo.com/fantastico/noticia/2024/03/10/inmetro-identifica-irregularidades-em-14-marcas-de-fios-e-cabos-vendidos-no-brasil-veja-os-detalhes.ghtml – 13/03/2024